Caíque fala pela primeira vez após sofrer racismo em Brusque x Criciúma
O Criciúma empatou em 1 a 1 com o Brusque, no sábado (9), pelo Campeonato Catarinense. O duelo disputado no estádio Augusto Bauer, contudo, terminou com uma acusação de racismo que partiu do goleiro Caíque, que defende o Tigre. Uma pessoa foi identificada, presa em flagrante e conduzida à delegacia de polícia.
O arqueiro do Criciúma e outros membros da delegação foram à delegacia para prestar depoimento. Um Boletim de Ocorrência foi feito para registrar o caso. Por conta do ocorrido, Caíque se manifestou em entrevista para falar sobre o racismo.
“O esporte é feito de zoação, com respeito. Eu aceito provocação. Me chamar de frangueiro, beleza. Agora, me chamar de macaco, eu não aceito. Tenho orgulho de ser preto”, disse o goleiro carvoeiro, logo após deixar o gramado em Brusque.
A investigação segue ocorrendo nos bastidores, porém o suposto responsável pelo ato de racismo foi solto por falta de provas nesta segunda-feira (10). O homem foi liberado, já que não houve flagrante ou comprovação que confirme a atitude racista.
“É lamentável em 2025 ter que viver com isso. Eu acho que a provocação no futebol existe sim, mas com respeito, como eu falei depois do jogo. A provocação é válida, porque infelizmente faz parte, mas quando entra no ato do racismo, ou da homofobia no estádio, isso é muito complicado”, salientou Caíque, em entrevista coletiva concedida nesta segunda.
Ato contra Caíque foi registrado em Brusque x Criciúma
O árbitro Gustavo Ervino Bauermann relatou o caso na súmula da partida:
“Informo que após o final da partida o atleta Caique Luiz da Purificação, goleiro da equipe do Criciúma, veio em direção ao árbitro da partida informar que foi vítima de um ato de racismo, no qual o atleta relata ter sido chamado de “Macaco” por um torcedor da equipe do Brusque, que foi identificado pelo atleta e foi conduzido pela polícia militar para a confecção do B.O. Até a finalização desta súmula não foi apresentado o boletim de ocorrência a equipe de arbitragem. Relato que a equipe de arbitragem não presenciou o fato. A policia militar informou que o atleta e o torcedor identificado foram encaminhados para a delegacia da policia civil”, escreve o árbitro.